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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Projeto Genoma Humano

            O Projeto Genoma Humano é uma empreendimento internacional, iniciado formalmente em 1990 e projetado para durar 15 anos, com os seguintes objetivos:                                       
  •    Identificar e fazer o mapeamento dos cerca de 80 mil genes que se calculava existir no DNA das células do corpo humano;
  •    Determinar as sequências dos 3 bilhões de bases químicas que compõem o DNA humano; 
  •    Armazenar essa informação em bancos de dados, desenvolver ferramentas eficientes para analisar esses dados e torná-los acessíveis para novas pesquisas biológicas.
            Como parte deste empreendimento paralelamente, então sendo desenvolvidos estudos com outros organismos selecionados, como por exemplo, o rato, o Saccharomyces cerevisae, a Drosophila melanogaste, entre outros, principalmente microorganismos, visando a desenvolver tecnologia e também como auxílio ao trabalho de interpretar a complexa função genética humano. Como existe uma ordem subjacente a toda a diversidade da vida e como todos os organismos se relacionam por meio de semelhanças em suas sequência de DNA, o conhecimento adquirido a partir de genomas não-humanos frequentemente leva a novas descobertas na biologia humana.
         Um mapa genômico descreve a ordem dos genes ou de outros marcadores e o espaçamento entre eles, em cada cromossoma. Um nível maior de resolução é obtido associando-se os genes a cromossomas específicos.
            O Projeto Genoma Humano tem como objetivo principal construir uma série de diagramas descritivos de cada cromossoma humano, com resoluções cada vez mais apuradas. Para isso, é necessário dividir os cromossomas em fragmentos menores, que possam ser propagados e caracterizados, e, depois, ordenar estes fragmentos de forma a corresponderem  a suas respectivas posições nos cromossomas (mapeamento).
            Depois de completo o mapeamento, o passo seguinte é determinar a sequência das bases de cada um dos fragmentos de DNA já ordenados. O objetivo é descobrir todos os genes na sequência do DNA e desenvolver meios de usar esta informação para estudo da biologia e da medicina.
             Basicamente, 18 países iniciam programas de pesquisas sobre o genoma humano.Os maiores programas desenvolvem-se na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Israel, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Suécia e União Europeia.
         Além destes, muitas empresas privadas grandes e pequenas também conduzem pesquisas sobre o genoma humano.
             Os trabalhos conduzidos pelos órgãos do governo têm obtido dados de alta qualidade e precisão, registrando os detalhes das células humanas - inclusive as porções do DNA que não contêm gene algum e que constituem 97% do seu total. A iniciativa privada, porém, juntou-se ao projeto em vista do potencial de lucro que as pesquisas podem trazer, especialmente para as indústrias farmacêuticas. A rapidez na obtenção de resultados, que podem ser transformados em patentes, tornou-se crucial para elas. Então, optaram por um método mais objetivo: dirigir a pesquisa para os genes específicos, buscando, por meio da comparação do DNA de diferentes indivíduos, aqueles genes " defeituosos", que causam as doenças. Supõe-se que as 20 doenças mais comuns, que matam cerca de 80% da população, estejam associadas com, aproximadamente, 200 genes, entre as dezenas de milhares de genes que compõem o corpo humano. Concentra-se apenas nestes, deixando de lado os demais, é uma abordagem mais rápida, evidentemente, embora menos precisa.
            Recentemente, pesquisadores brasileiros identificaram 6 genes ligados ao câncer de próstata, a doença que mais mata homens acima de 40 anos. O mesmo aconteceu com a descoberta de genes responsáveis pelo câncer de colo de útero e de mama.
          Pode-se antecipar alguns dos benefícios que o Projeto Genoma poderá trazer para a humanidade, sem esquecer que alguns poderão nos surpreender. As informações detalhadas sobre DNA e o mapeamento genético dos organismos devem revolucionar as explorações biológicas que serão feitas em seguida.
            Na Medicina, por exemplo, o conhecimento sobre como os genes contribuem para o desenvolvimento de doenças que envolvem um fator genético - como o câncer, por exemplo - levará a uma mudança da prática médica. Espera-se uma ênfase maior na prevenção da doença, em vez do tratamento do doente.
  • Novas tecnologias clínicas deverão surgir, baseadas em diagnósticos de DNA; 
  • Novas terapias baseadas em novas classes de remédios; 
  • Novas técnicas imunoterápicas;
  • Prevenção em maior grau de doenças pelo conhecimento das condições ambientais que podem desencadeá-las;
  • Possível substituição de genes defeituosos por meio da terapia genética; 
  • Produção de drogas medicinais por organismos geneticamente alterados. 
           O conhecimento da genética humana auxiliará muito o conhecimento da biologia de outros animais, uma vez que esta não é muito diferente da biologia humana, permitindo também, seu aperfeiçoamento e tornando os animais domésticos, por exemplo, mais resistentes a doenças ou aumentando sua produção, introduzindo propriedades novas em seus produtos, etc. As tecnologias, os recursos biológicos e os bancos gerados pela pesquisa sobre o genoma terão grande impacto nas indústrias relacionadas a biotecnologia, como a agricultura, a produção de energia, o controle do lixo e a despoluição ambiental.
              Restará sempre saber se os conhecimentos científicos serão patenteados por grandes corporações ou se continuarão sendo patrimônio da humanidade e utilizados, principalmente, em benefício dos povos, que estão sempre excluídos dos benefícios da ciência e da tecnologia e que são obrigados sempre a pagar muito caro por eles.

               

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